Joseph Goebbels: uma biografia

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Um dos mais renomados historiadores da Segunda Guerra se debruça sobre a biografia do mais fiel seguidor de Hitler: o ministro da Propaganda nazista Joseph Goebbels.

Em 2006, os 32 volumes  dos diários de Joseph Goebbels (1897-1945) foram publicados na íntegra. É sobre eles e sobre as gravações dos discursos realizados pelo ministro da Propaganda de Hitler que Peter Longerich se debruça para entender a mente e o método de manipulação de massas do mais fiel seguidor do Führer.

Peter Longerich está entre os mais destacados historiadores alemães sobre o holocausto. O professor de História do Holocaust Research Centre também é autor de Heinrich Himmler: uma biografia (Objetiva, 2013), sobre a vida do cruel líder da SS.

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Em Joseph Goebbels: uma biografia (Objetiva, 2014), Longerich desconstrói os mitos criados “pelo lixo da literatura antiga”, revisa as fontes, os fatos e, com o imenso material deixado por Goebbels (os diários compreendem o período que vai de 1923 até a última semana antes do seu suicídio em Berlim, às vésperas do final da Segunda Guerra, em 1945), traça o perfil de um maníaco depressivo, egocêntrico, viciado em sexo e profundamente dependente de Hitler.

“Goebbels precisava do elogio e do reconhecimento constante de um ídolo, ao qual ele se sujeitava de forma cabal. Desde 1924, esse ídolo era Adolf Hitler”.

Joseph Goebbels foi um dos poucos líderes nazistas do alto escalão com sólida formação acadêmica, ele estudou filosofia e tinha doutorado em literatura – sua tese foi sobre Wilhelm von Schütz, escritor do século XIII. Antes de entrar para o NSDAP tentou a vida como escritor, mas seu romance semiautobiográfico foi um fracasso.

Já como integrante do círculo de Hitler, Goebbels gostava de se ver no papel de intelectual. Mas o trabalho de Longerich revela que ele esteve longe de ser o único responsável pela propaganda nacional-socialista e criação do “mito Hitler”. Sua onipotência no ministério de Propaganda foi mais uma obra de sua habilidade propagandista do que realidade.

O “autoengrandecimento narcísico” foi decisivo na construção da autoimagem que ele fez de si mesmo e de sua ação junto ao Führer. Em verdade, ele esteve fora das grandes decisões diplomáticas e da condução da “guerra total” que pregava. Para Longerich, Goebbels nunca foi o senhor absoluto do gigantesco aparato de propaganda, como ele gostava de imaginar e alardear. Longerich resumiu seu perfil:

“Excesso de autoconfiança, incansável compulsão pelo trabalho, submissão incondicional a um ídolo, desprezo pelas relações humanas e, em interesse próprio, a disposição de passar por cima das normas morais geralmente aceitas”.

Não foi por acaso que Goebbels escreveu em seu diário e declarou publicamente através dos jornais e da rádio alemã que a esposa e ele cometeriam suicídio depois de assassinar os filhos pequenos, quando Hitler já havia se matado e os russos estavam às portas do bunker: “Pôr fim a uma vida que para mim, pessoalmente, não tem mais nenhum valor se eu não a puder usar a serviço do Führer e ao seu lado”.

Além da trajetória pessoal de Goebbels, a análise metódica que Longerich fez nos diários do ministro da Propaganda permitiu uma nova visão sobre a trajetória de Hitler e o desenrolar da Segunda Guerra. Entre eles está o caso de Blomberg-Fritsch, que permitiu ao líder nazista assumir o comando supremo das Forças Armadas. Também laça nova luz sobre crise dos Sudetos, a Batalha da Inglaterra, as disputas internas do NSDAP e a invasão da União Soviética.

Joseph Goebbels: uma biografia é leitura importante e obrigatória dentro da já vasta bibliografia sobre a Segunda Guerra. A obra, de 800 páginas, é imprescindível para o entendimento do nacional-socialismo.

Por Rodrigo Trespach

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